Minha mestra Águia
Para o mundo místico, a águia é considerada um animal poderoso, sábio, muito sábio.
E foi assim que, como mística que sou, quando me aprontava para dar uma palestra certo dia, tive uma visão de uma águia voando num vale, enquanto que uma voz, na minha mente, narrava a cena.
A doce voz dizia o seguinte: A águia sempre voa em espiral pelo vale. E a cada volta, ela sobe mais um pouco, mais um pouco, cada vez mais alto. Durante o seu voo, ela tem a oportunidade de enxergar tudo à sua volta: seu predador; sua presa; as casas espalhadas pelo vale; os rios, que correm ao redor; os outros pássaros que cruzam o seu caminho e até um outro vale à distância, que será visitado num outro dia, talvez.
Após esta visão, fui acometida de uma outra: vi um passarinho voando rápido, subindo como uma flecha, tendo a narrativa ao fundo...
Segundo a doce voz, aquele passarinho certamente chegaria muito mais rápido ao seu destino, mas certamente não conseguiria apreciar a viagem, como aconteceu com a águia...
Saí do transe, totalmente extasiada com o recado que chegou. E foi então que entendi algo que havia lido num livro esotérico um dia: que nossa ascensão é em espiral, como o voo da águia. Com isso, a cada volta formamos nossa base, pois sem ela, nada fica de pé.
E foi assim que aprendi uma grande lição com a águia: não ter pressa para subir na vida, quer seja no material ou no espiritual. Devemos ascender um passo a cada dia que seja, não esquecendo de apreciar os que cruzam nosso caminho, nossos mestres que, de alguma forma, colocam mais um tijolo no nosso alicerce, que se solidifica a cada dia.
Vejo pessoas hoje, muitos deles jovens ainda, que decidiram chegar ao topo quando atingirem a idade de 30 anos. Topo de quê? São os passarinhos subindo rápido sabe Deus para onde.
Mas eu continuo aqui, como a águia, que aliás aparece no meu blog, que me dá sabedoria o suficiente para subir um passo a cada dia com consistência e firmeza, mas principalmente com a consciência de que tudo o que sobe rápido, desmorona e nos faz vítimas de nós mesmos, da nossa ilusão, tola ilusão dos que ainda precisam aprender muito sobre a vida.
(Graça Hupsel )
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