O trabalho manual, como é natural, ocupava a maior parte do seu tempo. Por isso, o progresso nos estudos era muito lento. Um dia, chegaram a um acordo: lançariam sortes e aquele que perdesse continuaria a trabalhar para sustentar os estudos do outro.
Albrecht foi o vencedor e continuou a estudar enquanto Franz continuaria a trabalhar num trabalho pesado para pagar os estudos do amigo. Mas do acordo constava também esta cláusula: quando o que estudava se tornasse famoso, financiaria os estudos do amigo que se tinha sacrificado por ele.
Albrecht estudou e logo verificaram que ele não tinha apenas talento mas era um autêntico génio. Já famoso, voltou até junto do amigo e logo verificou o elevado preço que o amigo tinha pago para lhe subsidiar os estudos: os dedos de Franz antes delicados e esguios, tinham-se tornado rígidos e tortos por causa das duras tarefas que tinha executado.
Ele não poderia mais realizar o seu sonho de artista porque aqueles dedos informes não seriam capazes de traduzir as delicadas pinceladas para produzir uma bela pintura.
Mas nem por isso ele se tornou uma pessoa amargurada. pelo contrário: alegrou-se com o sucesso do amigo.
Um dia Albrecht encontrou Franz ajoelhado, com as mãos retorcidas em atitude de oração, suplicando silenciosamente pelo sucesso do amigo, embora ele próprio nunca mais pudesse realizar o seu sonho de ser pintor e fazer belos quadros. Então Albrecht fez um esboço rápido das mãos do seu fiel e dedicado amigo a quem tinha ficado a dever os estudos e, mais tarde, completou a magnífica obra-prima conhecida como As Mãos em Prece.
Hoje, as galerias de todo o mundo exibem as obras de Albrecht Dürer. Mas de todas elas, As Mãos em Prece tornou-se a obra-prima que retrata uma eloquente e bela história de amor, de sacrifício, de trabalho e gratidão. Nela, os povos do mundo inteiro renovam a sua fé na amizade, encontram conforto, buscam coragem e força para o seu viver.
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